A história de Ribeirão Preto foi construída com os frutos da terra. O primeiro fruto cultivado na terra roxa e que fez da cidade uma capital do mundo, foi o café.
Tudo começou com os mineiros, desbravadores dessa região e que praticavam uma agricultura de subsistência, por volta de 1811. Depois, já estabelecidos como fazendeiros, eles foram os doadores das terras para a criação do patrimônio de São Sebastião com a finalidade de manter uma capela em honra do santo e, assim, cumprir as exigências da Lei da Terra para legalizar suas propriedades.
A história de Ribeirão Preto, em 1845, conta que foi feita a primeira de muitas doações. Em 19 de junho de 1856 foram lavradas as escrituras e demarcado o patrimônio da Igreja. A data é considerada como a da fundação do município, segundo a Lei Municipal 386, de 24/12/1954.
O nome Ribeirão Preto veio do córrego que atravessava o então povoado, chamado de Preto. E São Sebastião, o santo venerado pelos primeiros habitantes, tornou-se padroeiro do município.
Capital do Café
A história de Ribeirão Preto conta sobre a produção do café: A produção de café foi a primeira atividade agrícola intensiva de Ribeirão Preto, introduzida por famílias de fazendeiros que vieram de outras regiões. Ribeirão Preto era uma nova e potencial frente agrícola com terra de qualidade e clima apropriado. As lavouras começaram a ser plantadas em 1870. Em 1900, o café produzido no município era conhecido principalmente na Europa. A espécie predominante por aqui foi o bourbon.
A cafeicultura foi responsável pelo grande desenvolvimento experimentado pela cidade que tornou-se a Capital Mundial do Café.
A demanda por mão de obra fez de Ribeirão Preto o destino de imigrantes italianos, japoneses, alemães, entre tantos. Também motivou a vinda da Estação Companhia Mogiana de Estrada de Ferro, em 1883, para o transporte de imigrantes desde o litoral e, na volta, escoar a produção agrícola.
O café impulsionou o progresso econômico da cidade que viveu anos de glória. Mas a crise econômica mundial de 1929 encerrou a fase próspera do café na região. Outro ciclo econômico surgiu. As terras foram ocupadas com culturas, como o algodão e frutas. E, aos poucos, a cana-de-açúcar foi reintroduzida.
Capital do Chopp
A água foi o ingrediente principal do produto que iria projetar Ribeirão Preto novamente no cenário nacional.
Antes da crise do café, a cidade já começara a se industrializar. Em 1910, é instalada a Companhia Cervejaria Paulista. A fábrica também inaugurou a Choperia Pinguim, frequentada pela elite do café e que continua uma atração para os visitantes até os dias de hoje.
O chopp da cidade ficou famoso dentre a história de Ribeirão Preto por utilizar a pura água do Aquífero Guarani. Atualmente, as cervejarias artesanais, que surgiram nos últimos anos após o fechamento da fábrica, também utilizam a puríssima água do manancial subterrâneo que abastece a cidade conferindo qualidade ao produto e mantendo a tradição cervejeira na cidade.
Capital do Açúcar e Álcool
O declínio do café permitiu o plantio de outras culturas, em especial da cana-de-açúcar, que retomava o seu posto de líder na agricultura nacional. Na região de Ribeirão Preto, os imigrantes compravam as terras do café e tornavam-se os novos grandes proprietários. Na década de 40, essa já era a principal cultura em alguns municípios da região, como Sertãozinho. Após 1960, a região era um “mar de cana” e transformada na maior produtora mundial de cana-de-açúcar.
Mudanças nos relacionamentos comerciais entre vários países beneficiaram o Brasil que passou a incentivar o setor visando o mercado externo. Foi criado o Pró Álcool – Programa Nacional do Álcool (que durou de 1975 a 1989) que incentivou o uso do álcool anidro como aditivo à gasolina. Surgiram destilarias e usinas para o beneficiamento da cana, e o setor se capitalizou. Atualmente, existem 58 usinas produtoras de açúcar e álcool na região, que vendem para o mercado interno e externo.
A história de Ribeirão Preto não para por aí!
Califórnia Brasileira
A história de Ribeirão Preto diz que a liderança reconquistada com a ascensão do açúcar e do álcool no mercado mundial, e sendo a região maior produtora nacional, a capital do nordeste paulista experimentou o crescimento em outros setores da economia. As receitas do agronegócio convergiram para as cidades da região, em especial para Ribeirão Preto, promovendo prosperidade. Ribeirão desenvolveu drasticamente o comércio e a prestação de serviços tornando-se um centro de atração na região.
Dentro de a história de Ribeirão Preto. A denominação “Califórnia Brasileira” à região surgiu na década de 80, no relato de um jornalista do Jornal do Brasil, Ricardo Kotscho, enviado para uma reportagem especial sobre os efeitos da indústria do açúcar e do álcool na vida econômica dessas cidades. A região estava se transformando no maior centro produtor do mundo com mudanças marcantes na paisagem rural e urbana de Ribeirão Preto e suas vizinhas.